Escrevi o texto abaixo há quase 7 anos atrás, quando meu filho completava 2 anos (sim, ele já fará 9!) e a mais nova estava prestes a nascer. Sou um pouco bastante apegada à ele – ao texto (ao filho também!) – acho que diz muito de mim, de onde vim e diz muito do AMOR, e o quão simples pode ser. Embora tantas coisas mudaram desde então, inclusive meu jeito de ser mãe (não faço bolo para um batalhão – não sempre – e já mais de dois meses que esqueço de mandar o avental da minha filha para a escola!) outras muitas levarei comigo para sempre, como a atenção aos pequenos carinhos mesmo em meio aos muitos ataques de nervos.
“Amanhã é o aniversário de 2 anos do meu filho mais velho (sim, agora ele passará a ser o mais velho). Como o meu presente inclui um barrigão de 9 meses que logo dividirá o quarto, os pais, os avós e o resto da vida com ele, o que consegui organizar foi a festinha da escola. Comprei pratinhos, copinhos e enfeites com o tema da Vila Sésamo que ele adora. E o bolo? Olha ele aí:
Hoje, domingo, pulei da cama (como se fosse possível com uma barriga deste tamanho) às sete e fui para a cozinha. O pequeno não dormiu em casa, afinal de contas já fará dois anos, o que lhe permite a independência (a dele e a nossa) de dormir na casa dos avós aos finais de semana. Separei os ingredientes, os enfeites, um montão de M&M para decorar e coloquei a mão na massa. E pensei em tantas coisas. Nos meus aniversários na escola, nos bolos embrulhadinhos em papel alumínio, nos tantos bolos que já vi minha mãe fazer, de observar ao lado e em como isso se tornou natural para mim: cozinhar, criar, mexer, imaginar e transformar e, mesmo pertencendo à geração do “DISK-ENCOMENDO O MAIS LINDO – MINHA VIDA ESTA UMA LOUCURA – NÃO TENHO TEMPO PRA NADA“, longe de heroísmos, eu me orgulho em dizer que sim, eu tenho tempo para essas coisas.
Em plena era da massa americana, ousei fazer um bolo cheio de recheio e lotado de cobertura de brigadeiro, assim meio desmilinguido, bem tortinho, com cara de mamãe fez com carinho. Aproveito para agradecer à minha mãe, que dentre tantas outras coisas, sem saber, me ensinou a bater um bolo, assim, num instantinho.”
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