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13set

Sobre a Polônia e tanto mais

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No início do ano, junto com meu irmão, fiz uma viagem que quase posso chamar de aventura: fomos até a Polônia em busca da nossa história. Meus avós maternos vieram de lá após sobreviverem a Segunda Guerra Mundial. Isso por si só já é uma enorme aventura. Juntando ao frio de -10 graus que encontramos em fevereiro e a busca por lugares, nomes e documentos, voltei com uma bagagem interna riquíssima da qual não quero esquecer jamais. Retornamos ao país  do qual fomos expulsos, mas a verdade é que dentro de mim eu sabia que fui em busca de raízes, da vida dos meus antepassados antes da guerra. E encontrei lugares lindos, me hospedei na rua em que a minha avó viveu pós guerra e frequentei o mesmo centro na cidade de Lublin, a qual me encantei. O resto da história em breve estará em um documentário incrível que meu irmão está produzindo. Mas deixo aqui fotos e um texto que escrevi durante a viagem, com as emoções  a flor da pele, porque alguns sentimentos são tão ricos que é preciso registrá-los.

SOBRE A POLÔNIA E TANTO MAIS 

Na semana passada mostrei fotos lindas, de lugares mais bonitos ainda, do país de onde vieram os meus avós. Do país de onde vieram tantos avós. Lá ela perdeu a casa, ele perdeu amigos, ela perdeu a família, perdeu o nome. Não perderam a vontade de viver.

Não escrevi sobre os campos de concentração. E não posso deixar de escrever. Visitei os dois em que morreram os meus bisavós: SOBIBOR, hoje representado por um monumento e a antiga estação de trem, e MAJDANEK, que foi possível conhecer. Fazia muito frio, o chão estava todo coberto de neve. A paisagem seria quase linda se não fosse um horror. Já vimos tantas imagens, de tantos campos, lemos os livros, descrições de cada lugar. Não seria tanta novidade, não é? E a princípio não foi. Ao começar o percurso, nada que minha mente imaginativa já não esperava encontrar. Até eu entrar na primeira câmara de gás. Alguma coisa aconteceu naquele momento. Um soco no estômago – não consigo encontrar expressão que descreva melhor. Perdi um pouco o ar. Depois a casa com as camas, a mesma sensação. Sou bastante sensível e muito visual. A imagem, a madeira, o cheiro o silêncio e o frio me disseram em poucos minutos mais do que mil palavras poderiam me contar. Passei o tempo restante em silêncio. Era preciso calar. Parece que a energia do lugar conta a história sem falar.

Terminei o caminho em quase duas horas. Ao sair e me olhar no espelho, senti um enorme alívio. Eu, que muitas vezes fui tão dura comigo mesma, nunca me senti tão bonita quanto naquele momento. Nem tão grata por ser quem sou. Saí em paz. O silêncio foi restaurador.

Até certa idade, para mim, os avós eram as pessoas que vinham da guerra, falavam com sotaque engraçado, nos enchiam de amor, beigale e batata frita, Oy Vey!

Mais tarde compreendi, que eu tive a sorte de ter avós, que apesar dos horrores a que foram submetidos, apostaram alto na vida. Juntos construíram laços fortes e tiveram a ousadia de passar por ela de maneira feliz e comum. A bissale mazal (um pouquinho de sorte), a bissale glik (um pouquinho de alegria). “A gente vivia bem com o que tinha” – eu quase posso ouvi-la repetir.

Eu ainda não sabia, mas fui à Polonia procurar por quem eram aqueles que vinham da guerra. Quem eram todos eles? E encontrei documentos, costumes, fotos e histórias. Me encantei com as ruas, as cores, comidas e cafés. Encontrei o nome da minha avó. Escutei a língua, não entendi nada. Compensei com torta de maçã. Voltei para casa feliz.

Por algum motivo, talvez porque seja a história de tantos avós, senti uma imensa vontade de compartilhar as minhas impressões e sensações. Uma grande viagem. Para fora e para dentro de mim.

Em memória dos meus avós, Tsecha e Natan Szpigel, e dos meus bisavós, Chana e Jacob Josek Rapaport/Ides e Jankiel Szpigel, e como uma maneira de agradece-los, eu escrevo hoje esse texto.

#neveragain

To Life! Lechaim!

 
17dez

2015: fechando para balanço.

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Condições climáticas 2015: fortes tempestades com pedras de granizo.

Chances de sobrevivência:100%   Sem perder a bossa: 50% – done!

Gratidão: todas as pessoas que tenho hoje em minha vida.

De cair o queixo: amigos, compaixão e generosidade.

Aprendizado: é preciso revisar o ar condicionado do quarto a cada três meses.

Especialidade da casa: crumble de maçãs e almôndegas picantes – imbatíveis.

Dinheiro mais bem investido: terapia, puuuutz…

Escrito pra mim: “Peça licença mas entre” – levarei pra sempre.

Mudança climática drástica: comunicar com objetividade e delicadeza – done.

Frase mais dita: “Em 10 minutos os dois para o banho”.

Um amor: Spotify.

Uma vergonha: minhas playlists – Menina veneno, nem te conto….

Sempre na bolsa: todos os batons que passei a manhã toda procurando em casa.

Necessidade básica: Astor com as amigas.

Força do hábito: chorar muito.

Amor maior: família.

Grande conquista: um escritório com janelão para Al. Lorena – minha NY!

Trabalho: expressão, cor e vida.

Maturidade: se gostar mais aos 36 que aos 18 – ou será falta de bom senso?

Pessoa predileta: minha avó.

And the Oscar goes to: Alex – sempre.

Destaque cultural: apresentação de ballet da Maya.

Me desarma em menos de 2 minutos: as covinhas do Tomy.

Uma alegria: os R$150,00 que encontrei ontem na bolsa antiga.

Luxo absoluto: andar na rua segurando um copo de café.

Palavra do ano: TERNURA.

Não perdi: senso de humor, liberdade e doçura.

Perdi horas: rindo muito com piadas no Instagram/whatsapp (no fundo, ganhei horas).

Vícios: Instagram, leitura, Nakka e sorvete de pistache.

Toc adquirido: passar fio dental muitas vezes ao dia.

Solução para todos os problemas: Emoji.

Meta atingida: gastar tubos no cabelereiro e permanecer loira.

Meios de transporte preferidos: os pés e a mente.

Constatação: eu acho graça  em detalhes (os mais bobos).

Aceitação: ser louca e sã quase na mesma proporção.

2015 em uma frase: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”

Sentimento dominante: GRATIDÃO

All I need is: férias.

Enfim, foi o ano em que perdi a minha avó. Para mim ela era invencível. Dentro de mim sempre será. Pode vir 2016, pensando bem me sinto bem pronta para você!

Love,

Lu

05Maio

Repostando: Eu tenho tempo para essas coisas!

 

bolo

Escrevi o texto abaixo há quase 7 anos atrás, quando meu filho completava 2 anos (sim, ele já fará 9!) e a mais nova estava prestes a nascer. Sou um pouco bastante apegada à ele – ao texto (ao filho também!) – acho que diz muito de mim, de onde vim e diz muito do AMOR, e o quão simples pode ser. Embora tantas coisas mudaram desde então, inclusive meu jeito de ser mãe (não faço bolo para um batalhão – não sempre – e já mais de dois meses que esqueço de mandar o avental da minha filha para a escola!) outras muitas levarei comigo para sempre, como a atenção aos pequenos carinhos mesmo em meio aos muitos ataques de nervos.

“Amanhã é o aniversário de 2 anos do meu filho mais velho (sim, agora ele passará a ser o mais velho). Como o meu presente inclui um barrigão de 9 meses que logo dividirá o quarto, os pais, os avós e o resto da vida com ele, o que consegui organizar foi a festinha da escola. Comprei pratinhos, copinhos e enfeites com o tema da Vila Sésamo que ele adora. E o bolo? Olha ele aí:

Hoje, domingo, pulei da cama (como se fosse possível com uma barriga deste tamanho) às sete e fui para a cozinha. O pequeno não dormiu em  casa, afinal de contas já fará dois anos, o que lhe permite a independência (a dele e a nossa) de dormir na casa dos avós aos finais de semana. Separei os ingredientes, os enfeites, um montão de M&M para decorar e coloquei a mão na massa. E pensei em tantas coisas. Nos meus aniversários na escola, nos bolos embrulhadinhos em papel alumínio, nos tantos bolos que já vi minha mãe fazer, de observar ao lado  e em como isso se tornou natural para mim: cozinhar, criar, mexer, imaginar e transformar e, mesmo pertencendo à geração do “DISK-ENCOMENDO O MAIS LINDO – MINHA VIDA ESTA UMA LOUCURA – NÃO TENHO TEMPO PRA NADA“, longe de heroísmos, eu me orgulho em dizer que sim, eu tenho tempo para essas coisas.

Em plena era da massa americana, ousei fazer um bolo cheio de recheio e lotado de cobertura de brigadeiro, assim meio desmilinguido, bem tortinho, com cara de mamãe fez com carinho. Aproveito para agradecer à minha mãe, que dentre tantas outras coisas, sem saber, me ensinou a bater um bolo, assim, num instantinho.”

moldurabolas

estes e + quadrinhos lá na lojinha: www.ideiadalu.com.br        

30mar

Menu da Semana – é o que temos pra hoje!

menu3Em dois momentos consigo organizar meus pensamentos: quando escrevo e quando cozinho. Para filtrar tudo o que borbulha em minha mente não tem jeito, só colocando no papel mesmo. Quando organizo a rotina não é diferente: me sinto em paz apenas depois de rabiscar um pouquinho.

Descobri que organizar o MENU da SEMANA no domingo poupa um tempo danado, visto que a pessoa controladora que mora dentro de mim não consegue delegar tarefa (você está liberada disso, tá?). Meus filhos almoçam na escola/clube durante a semana – voltam para o almoço na sexta-feira, portanto na maioria das vezes aqui em casa é só jantar. Tenho como filosofia de que a refeição à noite deve ser leve, sem excessos de comida e  pode ser simples, nutritiva e pouco trabalhosa. “Roubo” um monte de dicas bacanas do pinterest, instagram, livros e sites, faço um mix e vou trocando durante o mês.

Decidi então criar um Menu da Semana para Imprimir – a geladeira fica linda, a empregada feliz e eu também. Preencho no domingo e me libera tempo e energia pra focar em todo o resto! Vai aqui de brinde para Download em duas versões: um menorzinho para quem escreve apenas o jantar como eu e um maior para quem deixa escrito todas as refeições. E ainda um “espaço plus” para a listinha de extras – aqueles itens que costumam fugir da memória! Espero que inspire a sua semana assim como inspira a minha!

Clique abaixo para DOWNLOAD e Divirta-se!

menu

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•Dica de Fuçadora Compulsiva:

www.panelinha.com.br – a Rita Lobo ensina receitas simples, charmosas e que funcionam meesmo! (ainda vale colar no Cozinha Prática – às segundas-feiras 20:30 no GNT)

www.santomenu.com.br – além das receitas a Joana posta um menu completo para cada semana

No instagram minhas musas Healthy Style:

@alessandraades – aprendo um monte de dicas e combinações com ela que tem ainda o PLANNING MENU – consultoria especializada em transformar os hábitos da casa com menus personalizados!

@vanessakryss – na mesma linha mix de receitas práticas, saudáveis  e cheias de estilo, ela também dá cursos avulsos!

@nutrieconsult – dicas e inspirações divertidas das super nutris Dani e Fê.

 

 

 

05nov

Maira Kalman

maira

Adoro pessoas que escrevem bem. Adoro pessoas que escrevem com humor. Adoro pessoas que escrevem.

E se a pessoa além de escrever, desenhar? Imediatamente entra no meu hall da fama.
E se a pessoa for a autora, ilustradora e designer Maira Kalman?
Eu morro de amores!
Nascida em Israel e radicada em NY, já ilustrou diversos livros infantis e adultos, capas de revistas importantes, exposições, vitrines etc.
Mas o trabalho o qual mais gosto é a antiga coluna online no The New York Times transformada no livro “The Principles of Uncertainty” – um mix de registros do dia a dia e  questionamentos pessoais, tão cheio de sensibilidade e humor – um deleite. Quase como ouvir a conversa da mesa ao lado e fazer analogias, eu tenho essas manias!
Maira é dona de um traço lindo, suave e colorido e observações hora sensatas, hora quase neuróticas, carregadas de humor judaico (ops, uma identificação?). Mistura o desenhar e o escrever da melhor maneira que conheço.
Me faltam palavras para descrever o seu trabalho.
Beijos Maira, sou tão sua fã!
Aqui o link para o  TED Talk que ela participou – uma delícia!
Capas Revista New Yorker

Capas Revista New Yorker

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